fonte: Mother Natured
Apenas imaginar um movimento em toda sua amplitude, com detalhes, no espaço e no tempo, equivale em certa medida a realizá-lo na prática. Para o cérebro, imagem e realidade confundem-se e, a princípio, acabam ativando as mesmas regiões corticais.
No entanto, a riqueza de nossa experiência conta muito. Se realizamos um movimento várias vezes, buscando deixá-lo mais preciso e objetivo a cada repetição, aumentamos a área cerebral implicada em sua representação. Mais completa e detalhada será a imagem do movimento quanto mais intensa tiver sido nossa experiência anterior ao realizá-lo.
Movimento imaginado por atletas (high jumpers) x não atletas (controls) para o mesmo gesto (Olsson, 2010).
Assim, a força da imagem aumenta nosso repertório perceptivo e, consequentemente, desenvolve a consciência sobre nós mesmos para além dos limites do corpo, em direção ao ambiente que nos rodeia.
Uttitha Trikonasa, B.K.S. Iyengar
Não somos, portanto, uma folha em branco onde se registra passivamente tudo o que percebemos. A construção do conhecimento depende de uma intervenção ativa do corpo no espaço.
“ O mundo está disponível através do movimento e da interação. A experiência da percepção adquire conteúdo graças à posse de habilidades corporais. O que percebemos está determinado pelo que fazemos, ou o pelo que sabemos como fazer.” Alva Noe
OLSSON, C.‐J.; NYBERG, Lars. Motor imagery: if you can’t do it, you won’t think it. Scandinavian journal of medicine & science in sports, v. 20, n. 5, p. 711-715, 2010.