Postura, Posição e Pose.

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Você se dirige à saída da sala, mas há um grupo de pessoas no caminho. Cogitar “deixar a sala”, “caminhar em direção à porta” ou “atravessar o grupo de pessoas” determina como você se move em direção à porta de saída. A maneira como você encara o problema produz uma experiência emocional que dispara sinais para a periferia do corpo, aos músculos, ao coração, aos vasos sanguíneos, às glândulas adrenais e supodoríparas, iniciando uma respostas autônoma para cada uma das três acepções, o que irá interferir de modo peculiar na execução do movimento.

Por outro lado, a experiência cognitiva da emoção só ocorre após certas mudanças fisiológicas terem tomado conta do corpo. O que sentimos deve-se à nossa interpretação sobre alterações na pressão arterial, freqüência respiratória e concentração de certos hormônios no sangue, por exemplo. Por estranho que pareça, também “ficamos tristes porque choramos, zangados porque temos fome e sentimos medo porque trememos” (William James).

É precisamente a experiência cognitiva da emoção – o sentido atribuído por nós aos sinais do corpo – e não a emoção em si – como o aumento da concentração de adrenalina no sangue -, que desencadeia muitas das respostas musculoesqueléticas levadas a cabo por nós (Eric Kandel).

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Modelo básico do sistema neural que controla as emoções (Kandel)

Situada entre sujeito e objeto, apreciando continua e sistematicamente as alterações do corpo, a consciência torna inteligível os sinais eletroquímicos provenientes da periferia e provoca respostas condizentes aos estímulos recebidos.  Surgem desta leitura contínua que fazemos de nós mesmos, os parâmetros que guiam o movimento: a postura.

Não é difícil observar o quanto a postura de uma pessoa cheia de energia e bem-estar difere daquela assumida pelo indivíduo deprimido. A partir daqui, desenha-se claramente a possibilidade de que mudanças posturais, desencadeadas por exercícios físicos, influenciem determinantemente instâncias cognitivas e emocionais do indivíduo (neocorticais), promovendo mudanças significativas em seu modo de ser e estar no mundo.

Para tanto é preciso olhar para além da progressão de carga ou resistência, do aumento de amplitude de movimento ou do desempenho cardiovascular para buscar resultados que se encontram fora da planilha de treinos.

“A alegria e a tristeza são o próprio desejo, enquanto ele é aumentado ou diminuído, estimulado ou inibido por causas exteriores” (Espinosa).

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