Yoga e Perda de Peso.

Perda de peso é um tema bastante amplo e aborda fatores genéticos, psicológicos, metabólicos e, logicamente, alimentares. A prática de Yoga tem o poder de interferir em mais de uma variável ao mesmo tempo, sendo a prática de posturas de Yoga a porta de entrada para uma série de mudanças que poderão abranger desde o metabolismo ao estilo de vida do praticante.

Uma hora de Yoga queima cerca de 200 calorias para alguém com 80kg, ou o equivalente a uma hora de caminhada. Isoladamente, Yoga não é uma atividade reconhecida por queimar grandes quantidades de calorias. Apesar disso, a prática sistemática dos asanas leva a um maior consumo de calorias em outras atividades físicas, inclusive em atividades cotidianas como andar, subir escadas ou carregar peso. Isso ocorre porque o Yoga aumenta a flexibilidade, fortalece a musculatura e melhora a postura e quanto mais flexível e forte você se torna, mais calorias você queima para realizar atividades físicas.

Todavia, o mais imediato e óbvio benefício que o Yoga proporciona é a tonificação de músculos que foram encurtados pela inatividade, tensão ou stress. O método Iyengar é particularmente eficiente neste quesito, ao trabalhar objetivamente – através de ações internas – músculos, tendões e ligamentos por vezes “esquecidos” pelo praticante.

Tonificando, fortalecendo e alongando, a prática de Yoga contribui para um maior consumo calórico. Entretanto, isso não significa necessariamente perder peso. Lembre-se que um músculo é mais denso e, conseqüentemente, mais pesado que o volume equivalente de gordura (tecido adiposo).

Iyengar afirma que a realização de um asana oferece ao praticante toda a energia que ele irá precisar para sua realização. Isso se justifica pois os asanas são realizados predominantemente dentro do sistema aeróbico e usa gordura (ácidos graxos livres primeiramente e células adiposas depois), carboidratos (glicogênio muscular) e proteínas (aminoácidos) como combustível e porque produz somente o CO2 e água como produto final, o que confere a esse sistema capacidade ilimitada para produzir energia a partir de um suprimento constante de oxigênio (respiração). O corpo usa gordura como fonte de energia predominante durante exercícios físicos moderados, em que a freqüência cardíaca varia entre 50% e 85% da freqüência cardíaca máxima, como é o caso do Yoga. Quando a atividade se torna mais intensa, porém, o músculo impede a adequada perfusão de oxigênio nas células e a produção de energia (ATP) fica então por conta do sistema ácido lático (anaeróbico), que passa a usar mais carboidratos como combustível. A sensação de “queimação” muscular durante a permanência em um asana, por exemplo, indica o acúmulo de ácido lático no músculo. Com a prática, músculos alongados e relaxados reduzem a oclusão da circulação sanguínea, evitando a precipitação no metabolismo anaeróbico, possibilitando maior permanência no sistema aeróbico.

Durante todo o processo, houve a utilização de proteínas como fonte de energia. A proteína é também matéria-prima da síntese celular e seu uso como combustível promove a redução da massa muscular, levando à redução de peso. Daí a desmedida e exagerada importância dada à balança em nossos dias e a necessidade de se verificar se a perda de peso refere-se à perda de massa muscular ou a qual peso perdido.

Além disso, a prática de Yoga é decisiva no aspecto psicológico da redução de peso, pois proporciona maior consciência corporal, restabelecendo o equilíbrio entre mente e corpo. Fatores como stress e insônia, por exemplo, têm influência direta e comprovada no desequilíbrio metabólico e aumento de peso.

A prática sistemática de Yoga também promove maior senso de controle sobre os impulsos, oferecendo benefícios diretos para a re-educação alimentar e conseqüente redução de peso.

Assim o Yoga não leva apenas à perda de peso, mas muda a relação que você tem com seu corpo; para melhor.

Deixe um comentário